PSDB interrompe fusão com Podemos por disputa sobre presidência e mira alternativas
Tucanos dizem que Podemos se mostra intransigente quanto a manter o comando do novo partido, em vez de aceitar chefia compartilhada; PSDB retoma conversas com Republicanos, MDB e Solidariedade

O PSDB decidiu interromper o processo de fusão com o Podemos, que vinha sendo negociado havia meses, e responsabiliza o antiga parceiro pelo fracasso da empreitada. O principal ponto de conflito é a discussão sobre o comando da nova legenda.
Em conversa nesta quinta-feira (12), a presidente do Podemos, Renata Abreu, informou ao deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais dirigentes tucanos, que seu partido não abre mão de manter a presidência da futura legenda por ao menos quatro anos. A pessoa indicada para o posto seria a própria Renata.
O PSDB vinha defendendo uma transição com gestão compartilhada, com dirigentes dos dois partidos se revezando a cada seis meses no cargo num primeiro momento, até que uma nova direção fosse escolhida de comum acordo daqui a dois anos.
“Nesses termos colocados pelo Podemos a fusão não nos interessa, não pretendemos apenas entregar o PSDB para outro partido administrar. O que lamentamos é que tenha havido essa intransigência na reta final”, diz Aécio.
Ele diz ter informado outros líderes do partido, como o presidente Marconi Perillo, o secretário-geral, Paulo Abi-Ackel (MG), e o líder da bancada na Câmara, Adolfo Viana (BA). Todos concordaram com a decisão de interromper as conversas.
Antes da paralisação das negociações, os dois partidos já haviam adotado diversos passos para viabilizar a fusão.
O PSDB, por exemplo, aprovou a medida em reuniões de sua Executiva e também em convenção. Essas decisões, no entanto, foram apenas para autorizar a fusão, não tiveram caráter obrigatório.
Símbolo, programa e nome da nova legenda, que provisoriamente se chamaria PSDB+Podemos, também já estavam acordados.
Segundo Aécio, o PSDB agora pretende retomar conversas com outros partidos, que haviam sido deixadas de lado quando a fusão com o Podemos engrenou.
Já foram feitos novos contatos para formar uma federação com Republicanos, MDB e Solidariedade. “Vamos agora buscar novas alternativas”, disse.
Mesmo uma federação com o Podemos poderia ser uma opção, uma vez que neste formato os partidos seguem operando com suas próprias direções.
Fonte: Folha de São Paulo