Novas regras da cirurgia bariátrica ampliam acesso e atualizam diretrizes com base em evidências científicas
Resolução do CFM muda critérios de indicação, inclui adolescentes a partir de 14 anos e estabelece exigências para hospitais e técnicas cirúrgicas

Uma nova resolução publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) atualiza de forma ampla os critérios para a realização de cirurgias bariátricas e metabólicas no Brasil. A Resolução CFM nº 2.429/25, divulgada no Diário Oficial da União, reúne avanços científicos recentes para redefinir parâmetros clínicos e operacionais relacionados à cirurgia em adultos e adolescentes — o que representa um marco importante no enfrentamento da obesidade no país.
De acordo com o médico Rennel Paiva, coordenador do Instituto de Cirurgia Bariátrica do Hospital Mater Dei Goiânia, a medida representa “um passo significativo em direção a um tratamento mais eficaz, seguro e acessível para uma das doenças crônicas que mais cresce no Brasil: a obesidade grave.”
Mudanças nos critérios para cirurgia
Entre as principais alterações está a ampliação do público apto a realizar o procedimento. Pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 35, antes não elegíveis, agora podem ser operados caso apresentem doenças associadas como diabetes tipo 2, apneia do sono grave, esteatose hepática com fibrose, entre outras. Até então, a indicação era restrita a pacientes com IMC acima de 35 com comorbidades, ou acima de 40, independentemente de doenças associadas.
Além disso, a nova norma elimina restrições anteriores quanto à idade e ao tempo de convivência com a doença, desde que haja indicação médica. Adolescentes a partir de 14 anos com obesidade grave e comorbidades clínicas podem se submeter ao procedimento, desde que haja avaliação de equipe multidisciplinar e consentimento dos responsáveis.
“Esse avanço beneficia jovens em situação crítica e previne complicações mais severas no futuro, como doenças cardíacas, renais e metabólicas”, reforça o médico Rennel Paiva.
Estrutura hospitalar mais rigorosa
Outra mudança relevante diz respeito à infraestrutura exigida para a realização do procedimento. A cirurgia passa a ser permitida apenas em hospitais de grande porte, com capacidade para cirurgias de alta complexidade, UTI equipada e plantão 24 horas. Em casos de pacientes com IMC superior a 60, os hospitais devem contar com estrutura física e equipe especializada para atender esse perfil de alta complexidade.
“O cuidado com a estrutura hospitalar é essencial. Estamos falando de procedimentos que exigem extrema segurança e respaldo técnico, sobretudo em casos mais severos”, afirma o especialista.
Cirurgias recomendadas e técnicas minimamente invasivas
A resolução também define quais são os tipos de cirurgia mais indicados. As técnicas com maior evidência científica e segurança — como o Bypass Gástrico em Y de Roux e a gastrectomia vertical (sleeve gástrico) — são altamente recomendadas. Já cirurgias como a banda gástrica ajustável e a técnica de Scopinaro foram desaconselhadas devido ao alto índice de complicações.
Além disso, o CFM reforça a preferência pelas técnicas minimamente invasivas, como laparoscopia, que oferecem menor tempo de recuperação e menos riscos no pós-operatório.
Cirurgia x medicamentos
Nos últimos anos, medicamentos como a semaglutida e a tirzepatida vêm sendo amplamente utilizados para controle do peso. No entanto, o custo anual pode ultrapassar os R$ 45 mil, tornando a cirurgia uma alternativa mais econômica e duradoura.
“A bariátrica tem efeito prolongado no metabolismo do paciente, com benefícios que se mantém por anos. Já os medicamentos exigem uso contínuo e, se interrompidos, geralmente resultam no reganho de peso”, explica o médico Rennel Paiva.
Com base nas mais recentes evidências científicas e no diálogo com especialistas, a Resolução CFM nº 2.429/25 redefine o cenário da cirurgia bariátrica no Brasil, ampliando o acesso e atualizando diretrizes técnicas para tornar o tratamento da obesidade mais eficaz. Para profissionais da área, como o médico Rennel Paiva, a mudança é bem-vinda: “Mais do que tratar, essa nova diretriz dá esperança de uma vida mais saudável para milhões de brasileiros que lutam contra a obesidade.”
Serviço
Entrevistado: Rennel Paiva, gastroenterologista, Coordenador do Instituto de Cirurgia Bariátrica do Hospital Mater Dei Goiânia
Assunto: Novas regras para cirurgia bariátrica e metabólica – Resolução CFM nº 2.429/25
Instituição: Hospital Mater Dei Goiânia
Disponível para entrevistas
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Fonte: Palavra Comunicação