É alta a incidência de doenças degenerativas da coluna entre a população do Brasil
A dor na coluna é a segunda maior causa de consulta médica no Brasil e pode afetar pessoas de qualquer idade a partir da primeira década de vida

A incidência de doenças degenerativas da coluna no Brasil é alta e pode afetar qualquer pessoa, em algum grau, a partir da primeira década de vida. Essas patologias são condições que afetam a estrutura e a função da coluna vertebral. A dor na coluna é a segunda maior causa de consulta médica no Brasil. Os sintomas podem incluir dor mecânica, radiculopatia, mielopatia ou uma combinação deles, que são condições que afetam a coluna vertebral e podem causar dor, dormência e fraqueza.
As doenças degenerativas da coluna vertebral referem-se a qualquer patologia resultante do processo de envelhecimento e desgaste que ocorre ao osso e aos tecidos moles da coluna vertebral. As pessoas que colocam mais pressão no pescoço e nas costas podem aumentar a taxa de desgaste.
O médico neurocirurgião especialista em coluna Túlio Rocha explica que as doenças degenerativas da coluna são causadas pelo desgaste natural dos componentes da coluna ao longo do tempo, mas podem também ser influenciadas por fatores genéticos e ambientais. Elas têm potencial para afetar a mobilidade e a funcionalidade da coluna.
As principais doenças degenerativas da coluna são: hérnia de disco (protrusão de um disco entre os ossos da coluna), estenose espinhal (estreitamento do canal vertebral), doença degenerativa do disco, espondilolistese, osteoartrite, artrose facetária (artrose da coluna), escoliose degenerativa e osteofitose, conhecida como bico de papagaio, caracterizada pelas esporas ósseas ou osteófitos que se formam ao redor e dentro da articulação dos discos.
Túlio Rocha esclarece que os primeiros sinais de uma doença degenerativa são comumente associados aos tremores, além dos sintomas motores, que incluem também lentidão de movimentos, rigidez muscular e desequilíbrio. Podem ocorrer ainda outras complicações, como comprometimento cognitivo, depressão, problemas do sono, dores e desequilíbrio sensorial.
Alguns fatores podem estar associados às doenças degenerativas da coluna. Entre eles: envelhecimento biológico, genética, postura inadequada, movimentos corporais incorretos e estresse repetitivo. O estilo de vida também pode contribuir, a exemplo do sedentarismo, tabagismo e consumo abusivo de álcool.
As mulheres têm maior probabilidade de ter distúrbios na coluna. A partir dos 50 anos, entre 80% e 90% das pessoas que fazem ressonância magnética apresentam alterações. Indivíduos com comorbidades – como hipertensão, reumatismo ou obesidade – e que se auto avaliam com saúde ruim ou muito ruim têm maior probabilidade de ter problemas crônicos de coluna.
Os sintomas variam e podem incluir: dor, especialmente na lombar, no pescoço e ao redor das escápulas; fraqueza; deformidade espinhal; dormência e formigamento; dificuldades de destreza nas mãos; problemas funcionais (formigamento ou dormência nas pernas ou nádegas); dor e rigidez matinal; perda sensorial; alterações sensitivas e/ou motoras em membros inferiores; lesões nervosas; movimentos limitados; disfunção sexual e problemas de função da bexiga e do intestino.
Tratamento
O médico Túlio Rocha orienta que o tratamento depende da extensão da degeneração e da localização da vértebra acometida. Pode incluir exercícios, controle da dor, terapia de frio e calor, terapia genética, injeções epidurais, fisioterapia, cirurgia minimamente invasiva, cirurgia de fusão e técnicas de terapia regenerativa. “Cada quadro dessas doenças tem um tipo próprio de tratamento”, afirma.
Como as causas das condições degenerativas da coluna variam de paciente para paciente, os tratamentos são diferentes para cada caso. “Antes da cirurgia ser considerada, tratamentos não-cirúrgicos podem ser recomendados”, explica o neurocirurgião especialista em coluna.
As medidas para tratar das doenças degenerativas da coluna incluem medicamentos – analgésicos, antiinflamatórios, antidepressivos, anticonvulsivantes, opioides tópicos e/ou injeções peridurais de esteróides ou de analgésicos) –, órtese, modificação do estilo de vida, controle de peso, fisioterapia e educação do paciente sobre mecânica corporal adequada.
Em alguns casos, a cirurgia pode ser recomendada ou necessária. O tipo de procedimento depende do tipo de condição e da sua gravidade. “A cirurgia é considerada quando os sintomas de um paciente não respondem às medidas não cirúrgicas. Em tais casos, a cirurgia tem o potencial de aliviar a dor, de prevenir danos adicionais à medula espinhal e de melhorar a qualidade de vida do paciente”, esclarece Túlio Rocha.
De forma geral, os processos degenerativos da coluna, uma vez que se iniciam, podem ser controlados, mas não voltam a ser igual antes. O tratamento tem como principal objetivo controlar os sintomas de dor e evitar a progressão natural do desgaste. Por isso, é imprescindível a compreensão que os cuidados com a coluna serão parte fundamental ao longo de toda a vida.
Além da importância de uma boa postura desde jovem, para evitar problemas no futuro, alguns fatores de risco contribuem para o aparecimento de algum tipo dessa doença, como, sedentarismo, obesidade ou algum trauma ou fratura. Os sintomas decorrentes das doenças degenerativas começam a aparecer em pessoas acima dos 20 anos de idade, sendo mais comuns a partir dos 40 anos.
“Atividades físicas não são só recomendadas como são essenciais como um dos principais pilares do tratamento. Atividades com impacto são, inicialmente, não recomendadas, dando preferência para alongamentos e fortalecimento sem impacto”, explica o neurocirurgião especialista em coluna.
Pilates, yoga, natação e musculação são algumas das opções de atividades que auxiliam no fortalecimento muscular e no alívio da dor. Caminhada ou ciclismo são complementares, mas são menos efetivas, visto que não atuam diretamente no fortalecimento da musculatura do tronco.
Fonte: Palavra Comunicação