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Agora com receita retida, Mounjaro chega ao Brasil até 15/5; veja o preço

O medicamento Mounjaro começa a chegar às farmácias brasileiras na primeira quinzena de maio, informou hoje a farmacêutica Eli Lilly, fabricante do remédio. A companhia disse que a data pode variar dependendo do estado, mas que até dia 15 de maio estará em todo o país. Neste momento, somente estarão disponíveis as doses de 2,5 mg e 5 mg. A empresa não informou quando as dosagens mais altas estarão disponíveis.

Anteriormente, o laboratório havia informado que o Mounjaro estaria disponível no começo de junho. Atualmente, os brasileiros só têm acesso ao medicamento por meio de importação.

Para que serve?
No Brasil, o Mounjaro é aprovado pela Anvisa apenas para tratamento do diabetes tipo 2. O medicamento, no entanto, vem sendo importado e utilizado de maneira off label (quando não há indicação na bula) também para obesidade. A farmacêutica informou que já realizou submissão à agência para tratamento de obesidade. Nos Estados Unidos, o remédio já tem aprovação para tratamento de obesidade.

SUS no futuro. Empresa informou que no futuro haverá conversas com o Ministério da Saúde para incorporação do medicamento no sistema público de saúde.

Quanto vai custar?
Pacientes cadastrados no programa da farmacêutica terão preços mais baixos do que quem estiver fora dele:

E-commerce: R$ 1.406,75 (2,5 mg) e R$ 1.759,64 (5 mg) – caixa com 4 canetas
Loja física: R$ 1.506,76 (2,5 mg) e R$ 1.859,65 (5 mg) – caixa com 4 canetas

Preço máximo fora do programa cobrado ao paciente será R$ 1.907,29 (2,5 mg) e R$ 2.384,34 (5 mg), considerando uma alíquota de 18% de ICMS. O medicamento não é fabricado no Brasil e vem de uma fábrica da Lilly na Europa.

O preço máximo para o consumidor, definido pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), ou seja, sem impostos e outros detalhes de precificação, havia sido de R$ 4.058,85.

Retenção de receita
No dia 16 de abril, a Anvisa decidiu que os pacientes só vão poder adquirir remédios como Mounjaro com duas vias da receita —sendo uma delas para ficar retida na farmácia. A regra deve começar a valer em até 60 dias a partir da publicação da portaria, ou seja, no meio de junho.

Antes dessa decisão, Mounjaro, Saxenda, Ozempic e Wegovy podiam ser vendidos com receita “comum”. Bastava ir na farmácia para comprar as medicações, que sempre foi tarja vermelha. Agora, será necessário levar as duas vias da receita, o que já acontece com antibióticos e antidepressivos, por exemplo.

Uso off label segue autorizado. A medida não altera o direito do profissional médico de prescrever medicamentos para finalidades diferentes das descritas na bula. Essa prática acontece quando o médico entende que, para determinado paciente, os benefícios do tratamento superam os riscos. É uma decisão tomada com responsabilidade pelo médico e sempre com o devido esclarecimento ao paciente, garantindo que ele esteja bem-informado sobre o procedimento.

Decisão da Anvisa em obrigar a retenção de receitas médicas foi comemorada por médicos consultados por VivaBem.

Agora, o que os especialistas esperam é mais controle e a diminuição do uso descontrolado dos remédios. “Para nós, médicos, a decisão resolve uma dor muito grande, que é da automedicação. O grande problema aqui no Brasil é que, como não precisava, em tese, da apresentação da receita, as pessoas basicamente entravam nas farmácias e compravam. Isso fomentou o uso irregular da medicação, ou seja, o uso sem o acompanhamento médico”, explica Andressa Heimbecher, endocrinologista e metabologista, membro da SBEM.

A gente imagina que isso irá reduzir o uso indiscriminado. Já vimos isso acontecendo com os antibióticos, que diminuiu o uso indiscriminado deles. Para venda ilegal, a gente sabe que no Brasil há um jeito para tudo.
Andressa Heimbecher, endocrinologista

Entenda a medicação
Mounjaro tem como ativo a tirzepatida. Sua ação é semelhante à da semaglutida (princípio ativo do Ozempic, por exemplo), mas, ao acionar dois hormônios de uma vez, seu efeito é potencializado. Nos estudos, Mounjaro se mostrou mais efetivo que o Ozempic na redução do nível de hemoglobina glicada, um parâmetro que indica o controle do diabetes tipo 2.

Aplicação do Mounjaro é injetável, semanal e subcutânea, com dose progressiva. O tratamento com a tirzepatida deve começar na dosagem de 2,5 mg e passar pelas doses de 5 mg, 7,5 mg, 10 mg, 12,5 mg, até chegar a 15 mg. O uso do remédio deve ser feito com acompanhamento médico e pode oferecer efeitos colaterais como hipoglicemia, náuseas e incômodos gastrointestinais.

Mounjaro é mais efetivo que Ozempic na perda de peso.

O resultado foi publicado em um estudo da revista científica Jama Internal Medicine em julho de 2024. O artigo mostra que a tirzepatida é mais efetiva na perda de peso entre pacientes com sobrepeso e obesidade do que a semaglutida, ativo do Ozempic e do Wegovy.

Uso da tirzepatida foi mais efetivo. A substância levou tanto a porcentagens maiores de perda de peso corporal quanto fez com que mais pessoas chegassem a perdas significativas. Este foi o primeiro estudo que comparou diretamente a efetividade das duas substâncias. Até então, os dados sobre o potencial dos medicamentos eram os dos ensaios clínicos de fase 3, feitos separadamente para cada medicação.

Fonte: Uol

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