Belém é a segunda capital com aluguel mais caro do país, mesmo antes da COP, mostra FipeZAP
Dados de março mostram que a capital com maior variação no preço do aluguel foi Vitória; São Paulo segue no pódio de metro quadrado mais caro

Baseado nos anúncios de preços de locação em 36 cidades do Brasil, o índice FipeZAP registrou elevação de 1,15% no aluguel residencial em março de 2025, acumulando alta de 3,22% no primeiro trimestre, superando a inflação. O índice é desenvolvido pela Fipe em parceria com o Grupo OLX.
Enquanto o pódio no mês não tem surpresas, com o metro quadrado mais caro em São Paulo (R$ 59,83), chama atenção da presença de Belém com segunda colocada (R$ 57,29).
O indicador mostra que a capital paraense tem os valores de aluguel mais pressionados, mesmo antes da realização da COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada na capital Pará, entre 10 e 21 de novembro de 2025.
Apesar de a variação do aluguel de Belém estar acima da média das cidades monitoradas, ela não destoa muito do padrão e o movimento da cidade está em linha com o cenário nacional, afirma a economista Paula Reis, do DataZAP – e não se trata de uma reação à conferência do clima.
“O índice usa anúncios de aluguéis de longa estadia, bem menos afetados pela realização de um grande evento internacional. Espera-se o efeito da COP30 seja especialmente nos preços de estadias de hotéis e de aluguéis de curta estadia ou temporada”, explica.
Em sites para aluguel de curta duração, no período em que será realizado o evento, acomodações de até R$ 1 milhão podem ser encontradas.
Já o preço médio do aluguel no período foi de R$ 48 por metro quadrado. Os maiores valores foram observados no aluguel de imóveis com um dormitório (R$ 63,54). Os menores, entre unidades que contavam com três dormitórios (R$ 40,56).
Depois das três capitais com o metro quadrado mais caro para locação em março, estão: Florianópolis (R$ 56,64), São Luís (R$ 54,01), Maceió (R$ 52,11), Rio de Janeiro (R$ 51,57), Manaus (R$ 50,31), Salvador (R$ 48,80), Vitória (R$ 47,18), Brasília (R$ 46,41), Belo Horizonte (R$ 45,10), João Pessoa (R$ 44,08), Curitiba (R$ 43,08), Porto Alegre (R$ 41,36), Cuiabá (R$ 41,20), Goiânia (R$ 40,92), Natal (R$ 38,44), Campo Grande (R$ 35,99), Fortaleza (R$ 34,27), Aracaju (R$ 25,71) e Teresina (R$ 22,82).
Variação do aluguel em março
A capital onde o preço mais aumentou foi Vitória, no Espírito Santo, com variação de de 3,29%, seguida por Campo Grande (3,06%) e Teresina (2,36%). Já índice variou 1,15%, superando a variação dos preços ao consumidor, medida pelo IPCA e com alta de 0,56%, e a variação positiva dos preços da economia brasileira, apurada pelo IGP-M, que foi de 0,34%. A variação mensal do índice para aluguel também superou a variação do índice para venda de imóveis residenciais no período, que foi de 0,60%.
Depois de Vitória, as cidades que mais tiveram valorização no mês foram Maceió (2,21%), Fortaleza (2,16%), Florianópolis (1,80%), Natal (1,77%), Cuiabá (1,75%), João Pessoa (1,67%), Belo Horizonte (1,64%), Rio de Janeiro (1,47%), Curitiba (1,28%), Belém (1,19%), Aracaju (1,15%), São Paulo (1,08%), Salvador (0,97%), Recife (0,87%), Goiânia (0,59%), Manaus (0,56%), Porto Alegre (0,51%), São Luís (0,41%) e Brasília (recuo de 0,10%).
Rentabilidade do aluguel
A razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis mede a rentabilidade para o investidor que opta em adquirir o imóvel para obter renda com o aluguel residencial. Com base em dados de janeiro de 2025, o retorno médio do aluguel residencial foi de 5,88% ao ano.
Em termos comparativos, a rentabilidade projetada do aluguel residencial foi relativamente maior entre imóveis com um dormitório, de 6,59% ao ano. Unidades com quatro ou mais dormitórios registraram rentabilidade inferior, de 4,80% ao ano.
Fonte: Revista Exame