Área de saúde é a mais procurada e IA tem maior nota de corte da UFG
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O Sistema de Seleção Unificada da Universidade Federal de Goiás (SiSU UFG) em 2025 trouxe algumas novidades em relação aos cursos com maior nota de corte. Pela primeira vez, a graduação em Inteligência Artificial ficou em primeiro lugar (811,01), seguido de Engenharia de Software (799,89) e superando a nota de Medicina (798,15). No que diz respeito à procura, o cenário se mantém, com os cursos tradicionais à frente. Medicina continua na dianteira com 15.081 inscritos, seguido de Biomedicina (7.091) e Psicologia (6.711).
Uma outra forma de analisar os dados se dá pela relação candidato/vaga. Ou seja, o número de candidatos que concorrem a uma vaga oferecida em uma determinada graduação. Nesse quesito, o curso mais concorrido da UFG em 2025 foi Psicologia, que registrou 191 candidatos por vaga. Para Fisioterapia, a concorrência foi de 140 candidatos por vaga. O curso de Medicina ficou com 137 candidatos por vaga.
O vice-coordenador do curso de bacharelado em Inteligência Artificial, professor Vinicius Patto, destaca que o interesse crescente pelo curso reflete a popularização da tecnologia. “O desenvolvimento da IA nos últimos 15 anos impressiona muito. A popularização, nos últimos cinco anos, também impressiona bastante. Essa onda de evolução não vai parar tão cedo e vai impactar na qualidade de vida, no mercado de trabalho e em diversas áreas”, afirma.
A primeira turma de formandos em IA também influenciou a procura. Gustavo Fontana, de 18 anos, foi o primeiro colocado na lista de aprovados do curso e relata que as notícias relacionadas à profissão o ajudaram a optar pelo curso.
“Sempre gostei de matemática, mas não tinha decidido qual curso seguir. Quando descobri o bacharelado em IA e vi as possibilidades de atuação no mercado, me interessei na hora”, relata o futuro estudante universitário.
Apesar da nota de corte elevada, o curso de IA não foi o mais concorrido em termos quantitativos. Segundo o pró-reitor de graduação da UFG, Israel Elias Trindade, o diferencial da Inteligência Artificial é a concorrência qualitativa. “O candidato aprovado precisou ter um desempenho excepcional, mas o número de inscritos não foi tão alto quanto em cursos como Medicina ou Psicologia”.
Para se ter uma ideia, enquanto IA teve 1.215 inscritos para 40 vagas, Medicina registrou mais de 15 mil candidatos para 110 vagas (veja quadro). Já na concorrência quantitativa (as médias de concorrência por vaga), o curso de Psicologia ficou em primeiro lugar – foram 6.711 candidatos para 35 vagas.
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IA e mercado de trabalho
O curso de graduação em Inteligência Artificial da UFG – o primeiro do Brasil – foi criado em 2019. Vinicius Patto destaca que o aumento da demanda resulta em formações mais qualificadas. “Certamente isso vai melhorar a qualidade dos profissionais que sairão para o mercado, além de aumentar o volume de pesquisadores em IA”, afirma.
As possibilidades de atuação no mercado de trabalho são amplas. Profissionais formados podem trabalhar no desenvolvimento de algoritmos, aprendizado de máquina, análise de dados, segurança cibernética e até mesmo em áreas voltadas para saúde, finanças e políticas públicas.
“A tendência é que esse mercado se aqueça ainda mais nos próximos anos, especialmente com a transformação digital das empresas e o desenvolvimento de soluções próprias de IA”, complementa o professor.
Fonte: Jornal UFG