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Número de transações via Pix tem queda recorde em janeiro; BC vê movimento ‘sazonal’

O volume de transações via Pix registrou nos primeiros dias de janeiro a maior queda na comparação entre mesmo período desde o lançamento do sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central (BC), em novembro de 2020.

Dados do Banco Central mostram que o volume de operações via Pix entre 4 e 10 de janeiro deste ano somou 1,250 bilhão, representando queda de 10,9% ante igual período de dezembro de 2024.

Até então, a maior queda entre um mês e outro havia sido registrada na primeira semana de janeiro de 2022 na comparação com a primeira semana de dezembro de 2021, de 7,5%.

Todavia, comparando o volume de transações no período de 4 a 10 de janeiro dos anos de 2025 e 2024, há uma alta neste ano, dado que no ano anterior foram 963.237.316 transações Pix – ou seja, alta de cerca de 23% na comparação 2024 com 2025.

Procurado pelo site IstoÉ Dinheiro para comentar os dados, o BC afirmou, em nota, que o “movimento do Pix está dentro da variação sazonal de início de ano”.

De fato, é natural a queda nesse comparativo entre janeiro e dezembro. Os números do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) apontam que de 4 a 10 de dezembro de 2023 foram 1,009 bilhão de transações, fazendo com que as 963 mil de 4 a 10 de janeiro de 2024 representasse uma queda de 4,5% na base mensal.

Desde a criação do meio de pagamento instantâneo, há uma tendência de alta constante mês a mês, tanto no volume de transações quanto em outras variáveis – chaves por tipo, valores transacionados e afins.

Contudo, alguns meses registraram quedas expressivas. Em dezembro de 2023 foram 4,2 bilhões de transações Pix dentro da SPI, que caíram para 3,85 bilhões no mês seguinte – janeiro de 2024 -, representando uma queda mensal de 8,5%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o tema ao falar com jornalistas em Brasília, nesta quarta-feira, 15.

“Teve uma notícia….quando você pega a sazonalidade, em janeiro há uma queda das transações Pix, na comparação com dezembro. É sazonal. Quando você considera a sazonalidade, não tem havido problemas”, disse.

Além disso, o ministro disse que o Governo ensaia tomar medidas contra quem está propagando notícias falsas sobre o tema.

“Nós vamos tomar providências, inclusive criminais, contra quem está espalhando fake news e contra quem está aplicando golpes. Há golpes sendo dados no comércio, de uma pessoa querer pagar em Pix e ser cobrado a mais do quem está pagando em dinheiro. Pode caracterizar crime contra a economia popular”, disse.

Desde que as novas regras do Pix entraram em vigor, em 1º de janeiro, o governo vem enfrentado uma enxurrada de rumores e notícias falsas.

As regras, em suma, aumentaram o poder de fiscalização da Receita Federal – que irá agora receber dados de todas as pessoas físicas que transacionarem acima de R$ 5 mil mensais via Pix, ou R$ 15 mil mensais no caso de pessoas jurídicas.

Nesse contexto, boatos fatos sobre ‘taxação do Pix’ vem circulando nas redes sociais, dentre outros. Golpistas também têm se passado pela Receita justamente parar cobrar essa suposta taxação de forma criminosa.

Além disso, há discussão do quanto o cerco estaria fechando contra contribuintes menores. Representantes do órgão tem negado que o objetivo é taxar pequenos empresários e trabalhadores, todavia especialistas sinalizam que o risco de os problemas com o Fisco desses nicho aumentarem é, sim, grande.

Último recorde do Pix

O último recorde diário do Pix foi no dia 20 de dezembro, com um volume total de 252,1 milhões de transações em um único dia.

No total, o valor financeiro transacionado via Pix nesse dia foi de R$ 162,9 bilhões, sendo também o maior recorde para o indicador em questão. Em relação ao recorde mensal, em outubro de 2024, o sistema superou a marca de R$ 2,656 trilhões movimentados.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

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