Butantan envia à Anvisa pedido de aprovação da vacina contra dengue
Vacina do Butantan contra a dengue pode ser a primeira do mundo a oferecer proteção contra a doença com uma única dose
O Instituto Butantan enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta segunda-feira (16/12), o pedido de registro de sua vacina contra a dengue. Se for aprovado, o imunizante será o primeiro do mundo contra a doença a ser aplicado com uma única dose, uma vantagem que facilita a adesão em relação às vacinas existentes.
“É um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista em nível internacional. Que o Instituto Butantan possa contribuir com a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue mostra que vale a pena investir na pesquisa feita no Brasil e no desenvolvimento interno de imunobiológicos”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, em comunicado à imprensa.
A expectativa do Butantan é de ter capacidade para entregar cerca de 100 milhões de doses ao Ministério da Saúde nos próximos três anos, caso receba o sinal verde da Anvisa. Um milhão de doses da vacina poderão ser entregues em 2025, o restante fica para os dois anos seguintes.
A definição dos critérios de vacinação da população será feita pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A fábrica da vacina da dengue do instituto, localizada no Centro Bioindustrial do Butantan, já foi inspecionada e considerada adequada pela Anvisa. A agência já emitiu certificado de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para a planta.
Vacina contra dengue
A Butantan-DV é uma vacina tetravalente, com eficácia contra os quatro tipos de dengue em circulação no país. Os estudos do imunizante começaram em 2010.
Os resultados da terceira fase dos ensaios clínicos mostraram uma eficácia geral de 79,6% na prevenção da doença ao final de dois anos de acompanhamento desde a dose única do imunizante.
Para pessoas com histórico de infecção prévia pelo vírus da dengue, a resposta imune foi de 89,2%. Para os indivíduos sem histórico da doença, a resposta foi de 73,6%.
A pesquisa foi feita com 16 mil participantes de todas as regiões do Brasil. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine.
Fonte: Metrópoles