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HIV: injeção aplicada duas vezes ao ano reduziu o risco de infecção em 96%, diz farmacêutica

O medicamento se mostrou superior ao Truvada, pílula diária considerada a a principal opção disponível atualmente para profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV

Um medicamento utilizado para tratar o HIV também é capaz de prevenir com a eficácia a infecção. De acordo com dados apresentados recentemente pela farmacêutica Gilead Sciences, duas injeções ao ano de lenacapavir foram capazes de reduzir em 96% o risco de infecção.

A profilaxia se mostrou superior ao Truvada, medicamento utilizado diariamente e que é a considerado a a principal opção disponível para profilaxia pré-exposição ou PrEP.

Num ensaio clínico de Fase 3, 99,9% dos participantes que tomaram uma injeção de lenacapavir duas vezes por ano para prevenção do HIV não foram infectados, de acordo a farmacêutica. Houve apenas dois casos entre 2.180 pacientes – reduzindo efetivamente o risco de infecção pelo HIV em 96% e revelando-se 89% mais eficaz do que o Truvada, um comprimido tomado uma vez por dia.

“A dificuldade que algumas pessoas podem ter de tomar uma pílula oral todos os dias, incluindo desafios relacionados com a adesão e o estigma, tem dificultado a adesão e a persistência do padrão de cuidados durante demasiado tempo, atenuando assim o impacto da PrEP na prevenção do HIV”, diz Onyema Ogbuagu, diretora investigadora do ensaio e do Programa de Pesquisa de Antivirais e Vacinas de Yale. “Este avanço acrescenta significativamente ao nosso arsenal de ferramentas para nos aproximar de uma geração livre da Aids“, completa.

O estudo PURPOSE 2 incluiu homens cisgêneros e transgêneros, assim como mulheres transgêneros e indivíduos de gênero não binário com 16 anos ou mais que fazem sexo com parceiros designados como homens no nascimento. O estudo foi realizado na Argentina, Brasil, México, Peru, África do Sul, Tailândia e Estados Unidos.

Dados de outro estudo, publicado em julho, mostraram que o lenacapavir injetável como profilaxia pré-exposição pode proporcionar proteção total contra o HIV em mulheres, demonstrando 100% de eficácia entre jovens e adolescentes em África. Esse resultado foi considerado um “avanço significativo na prevenção do HIV”, de acordo com um comunicado de imprensa da Organização Mundial de Saúde (OMS), na época.

retende usar os dados desses testes para o processo de aprovação do medicamento em vários países até o final do ano. A empresa disse que planeja priorizar locais com alta incidência da infecção e poucos recursos.

Fonte: O Globo

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