Agrodefesa realiza medidas para controle de HLB em Goiás
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) realiza medidas previstas na Portaria Federal nº 317/2021, do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), para contenção da Huanglongbing (HLB), após a identificação da doença em dois pomares nos municípios de Campo Limpo de Goiás e Quirinópolis.
A confirmação foi declarada na última sexta-feira (28/06), pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-GO) do Mapa, depois de análise realizada no material suspeito coletado por fiscais estaduais agropecuários da Agrodefesa nos municípios.
“A agência desenvolve um intenso trabalho de monitoramento das produções comerciais de citros no estado, com o objetivo de evitar a entrada da doença em Goiás, que já estava presente em estados limítrofes ao nosso”, enfatiza o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
“Esses dois casos confirmados, tanto em Campo Limpo de Goiás, quanto em Quirinópolis, são casos isolados e, a partir dessa identificação, demos início a um protocolo de medidas de contenção da praga para evitar a disseminação”, explica.
HBL
O HLB ou Greening é considerada a pior doença dos citros por não possuir tratamento e por se propagar em alta velocidade. A doença foi detectada no Brasil a partir de 2004 e tem causado grandes perdas em estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. É causada pela bactéria Candidatus Liberibacter spp.
Os principais sintomas do HLB são folhas mosqueadas e amareladas, desfolha, seca e morte de ramos. Os frutos são deformados, pequenos e assimétricos, as sementes são abortadas, pequenas e malformadas e de coloração escura.
CASOS DE HBL EM GOIÁS
Em Quirinópolis, o HLB foi detectado em apenas uma planta da espécie Laranja Pêra Rio (Citrus sinensis sp) – já erradicada pelo produtor -, em uma propriedade comercial de 62 hectares, que é produtora de laranja, limão e tangerina.
No caso de Campo Limpo de Goiás, o HLB foi encontrado em algumas plantas de uma pequena propriedade comercial de cerca de seis hectares, produtora de tangerina (Citrus reticulata Blanco) da cultivar Ponkan.
“Imediatamente após a constatação da ocorrência da praga, notificamos os citricultores e iniciamos as ações de contenção juntamente com os produtores e seus Responsáveis Técnicos para evitar a propagação da doença”, acrescenta a coordenadora do Programa Fitossanitário de Fruticultura da Agrodefesa, Fernanda Faganello.
AÇÕES DA AGRODEFESA
A coordenadora do Programa de Citros da Gerência de Sanidade Vegetal, Mariza Mendanha, enfatiza que a Agência delimitará a abrangência dos focos e realizará novos levantamentos fitossanitários.
“Conforme determina a Portaria do Mapa, serão feitos novos levantamentos fitossanitários para delimitação das áreas de ocorrência, com ênfase nas inspeções fitossanitárias nos viveiros que comercializam mudas cítricas, cuja responsabilidade pela produção é de competência do Ministério”, explica.
A partir também da oficialização da Agrodefesa ao Mapa, o estado de Goiás deverá ter seu status fitossanitário alterado para área com ocorrência da praga Candidatus Liberibacter spp. O novo status implica em impactos na expansão da citricultura goiana, podendo ocasionar redução de áreas e produtividade de frutos, caso o produtor não cumpra as medidas legislativas de prevenção e controle.
A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, pondera que apesar de a doença ter sido diagnosticada no Estado, os casos, por serem isolados, ainda podem ser controlados, mas que é preciso o apoio dos produtores e toda sociedade para um bom desempenho das medidas de contenção da doença.
Segundo ela, é preciso que os produtores e os Responsáveis Técnicos (RTs) fiquem atentos aos sintomas da doença e notifiquem a Agrodefesa em caso de suspeita, para que seja possível identificar e monitorar a população de insetos vetores, conhecidos por psilídeos.
“A sociedade também tem papel fundamental nesse processo, ao deixar de adquirir mudas de comércio ambulante e realizar denúncia à Agrodefesa para interceptação das mudas, que são o principal meio de introdução da praga em Goiás”, reforça.
Fonte: Agência Cora Coralina de Notícias