Com estádio, Corinthians se isola com maior dívida entre clubes grandes
O Corinthians tem a maior dívida líquida entre os clubes brasileiros por larga distância considerando a pendência da Neo Química Arena. Anteriormente, o clube tinha um débito próximo do Atlético-MG, que, com a transformação em SAF, reduziu o montante.
Um levantamento da EY mostrou o comparativo entre receitas, custos e despesas, e dívidas de 28 clubes das Séries A e B. No quadro, o Corinthians aparece em segundo porque a consultoria não incluiu o débito do estádio.
Mas a própria diretoria alvinegra tem o entendimento de que as contas da arena e do clube devem ser feitas juntas. Assim, o débito líquido chega a R$ 886 milhões e é somado a R$ 703 milhões da arena, pendência com a Caixa Econômica Federal. Com isso, o total de endividamento líquido chega a R$ 1,589 bilhão, pouco inferior ao ano passado.
Esse valor era similar à dívida líquida do Atlético-MG no ano passado (R$ 1,571 bilhão). Só que a transformação do clube em SAF e a venda do shopping provocaram uma redução do débito líquido para R$ 824 milhões. O clube agora é o terceiro com maior dívida.
Depois do Corinthians, o maior débito líquido foi do Botafogo, com R$ 1,032 bilhão, valor praticamente igual ao ano passado. O Alvinegro carioca teve redução de seu passivo histórico, mas John Textor fez um empréstimo com a XP além de aumento de débitos tributários por conta de impostos não pagos.
As SAFs de Vasco e Cruzeiro vêm na sequência em tamanhos de dívidas com R$ 749 milhões e R$ 719 milhões, respectivamente.
A dívida líquida é calculada com o total do passivo do clube – excluídos itens meramente contábeis – menor o ativo circulante e recebíveis a longo prazo.
Por isso, o Athletico-PR tem uma dívida líquida negativa, que foi tratada como zerada. Na realidade, o clube paranaense tem débitos, sim, mas o dinheiro em caixa e seus recebíveis são maiores.
Veja a lista completa abaixo com dados da EY e balanço do clube:
Dívidas Líquidas
Corinthians* – R$ 1,589 bilhão com estádio (R$ 886 milhões sem estádio)
Botafogo – R$ 1,032 bilhão
Atlético-MG – R$ 824 milhões
Vasco – R$ 749 milhões
Cruzeiro – R$ 719 milhões
São Paulo – R$ 667 milhões
Santos – R$ 606 milhões
Fluminense – R$ 597 milhões
Palmeiras – R$ 537 milhões
Grêmio – R$ 526 milhões
Internacional – R$ 519 milhões
Bahia – R$ 422 milhões
Red Bull – R$ 408 milhões
Flamengo – R$ 63 milhões
Fortaleza – R$ 7 milhões
Athletico – 0
Fonte: Relatório EY e balanço do Corinthians