Quem é a mulher de 60 anos que pode fazer história se vencer o Miss Argentina no sábado?
Alejandra Rodríguez quer ser a primeira candidata de sua faixa etária no Miss Universo
Na noite de sábado (25), a Argentina pode se tornar o primeiro país da história a classificar uma candidata com 60 anos para disputar o Miss Universo. E a protagonista dessa história é Alejandra Marisa Rodríguez, que no final de abril foi coroada como a representante de Buenos Aires para o concurso nacional. Ela vai disputar a vaga com outras 27 mulheres do país —todas mais novas que ela— em evento que será realizado no Auditório Belgrano, na capital portenha.
Nascida em 27 de novembro de 1963, Alejandra é advogada, jornalista, modelo e trabalha na assessoria jurídica de um hospital de La Plata, na região metropolitana da capital, onde vive. Ela está solteira, não tem filhos e mora com suas duas gatas, Fermina e Paquita, que trata como filhas. Em entrevista para a imprensa local, disse que adoraria ter um “relacionamento saudável, com um verdadeiro parceiro.”
Alejandra resolveu participar da etapa estadual incentivada por uma amiga e disse que lhe pareceu um desafio interessante. “Estou emocionada em representar este novo paradigma nos concursos de beleza. Estamos inaugurando uma nova etapa em que as mulheres não são apenas beleza física, mas um conjunto de valores. Beleza tem a ver com a atitude perante a vida”, disse ela em suas redes sociais, sobre sua primeira experiência como miss.
Magra e com 1,68 m de altura, a miss tem cabelos castanhos lisos, olhos verdes e pele branca. Amante da natureza, dos animais e do sol, entre seus hábitos estão meditar, caminhar, praticar atividade física e consumir alimentos saudáveis, de preferência orgânicos. “Acho que tenho um corpo harmonioso, com o mesmo rosto de sempre, apesar de mais velha. Me cuido e gosto de fazer ginástica”, disse.
Em seus momentos de lazer, Alejandra conta que adora cozinhar, ler poesia, sair com os amigos e viajar. Como uma boa argentina, gosta de tango, música latino-americana e do folclore local. No seu perfil nas redes sociais, onde atualmente acumula mais de 60 mil seguidores, gosta de postar selfies, paisagens e fotos de gatos.
A candidatura de Alejandra só foi possível após a mudança da regra de idade anunciada em setembro passado pela organização do Miss Universo, que prega o fim dos limites de idade para participar do concurso. A novidade é histórica, uma vez que isso nunca havia ocorrido em mais de 70 anos de existência da competição, criada em 1952, e passou a valer a partir de janeiro de 2024. Antes disso, só podiam estar na competição misses entre 18 e 28 anos.
Alejandra, no entanto, não é a primeira miss acima dos 50 anos que utiliza da nova regra em 2024. Afinal de contas, sua vice campeã foi a atriz e modelo argentina Iris Amelia Alioto, de 72 anos, que é bisavó. Ela foi anunciada em janeiro deste ano e também teve alta repercussão na imprensa e internet.
Pouco antes dela, a filipina Jocelyn Cubales, 69, tornou-se a pioneira dessa abertura ao ser revelada como uma das candidatas oficiais da etapa de Quezon City para o Miss Universo Filipinas.
Vale lembrar que a notícia da mudança de regras do Miss Universo chegou em um contexto inédito para a marca, que nunca esteve tão próxima dos temas de diversidade e inclusão. O principal motivador dessa disrupção foi a compra do concurso, há pouco mais de dois anos, pela empresária tailandesa Anne Jakrajutatip, que é uma mulher transgênero.
Inclusive, a última edição do Miss Universo, em novembro passado, foi considerada a mais “plural” realizada até hoje, já que além de duas mulheres transêneros (as misses Portugal e Holanda), teve entre as candidatas uma modelo plus size (Miss Nepal) e duas mães (as misses Colômbia e Guatemala). A atual vencedora do Miss Universo é a nicaraguense Sheynnis Palacios, de 23 anos, que passa a coroa em novembro, no México.
Fonte: Folha de São Paulo