Fieg discute panorama e perspectivas da logística em Goiás
Seminário, com curadoria do Coinfra, reúne especialistas dos modais rodoviário, ferroviário e aeroportuário na Casa da Indústria
A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), com apoio do Sebrae, promoveu quinta-feira (18/04) o Seminário Panorama e Perspectivas da Logística em Goiás. O evento, com curadoria do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra), reuniu na Casa da Indústria, em Goiânia, especialistas dos modais rodoviário, ferroviário e aeroportuário, além de empresários e profissionais do setor.
“Sempre fui um defensor da infraestrutura de Goiás. Obras de infraestrutura oportunizam negócios, valorizam empreendimentos e abrem muitas portas. Uma boa infraestrutura atrai indústrias para nosso Estado, dá trânsito ao que produzimos aqui e proporciona qualidade de vida para a população”, destacou o presidente da Fieg, Sandro Mabel, ao abrir o evento.
O presidente do Coinfra, Célio Eustáquio de Moura, ressaltou a participação de Goiás no quebra-cabeça logístico do Brasil. “A localização estratégica nos coloca no centro das rotas de transporte do País. Nosso Estado é um verdadeiro hub de conexões, tanto para o transporte de carga quanto para o transporte de passageiros, e os modais rodoviário, ferroviário e aeroportuário desempenham papéis fundamentais nesse cenário.”
A programação do seminário incluiu painéis e mesa-redonda que abordaram temas como inovação, sustentabilidade, tecnologia e infraestrutura, apresentando dados do setor e soluções que impulsionam ainda mais o desenvolvimento da logística em Goiás.
Estiveram presentes representantes da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Antares Polo Aeroportuário de Aparecida de Goiânia; da concessionária CCR, do Porto Seco de Anápolis e das empresas VLi, Rumo e Brado Logística. O seminário contou também com palestra de Bárbara Bortolin, representante do Porto do Açu, localizado no Norte Fluminense.
“Nossa operação é 100% privada e possuímos área total de armazenagem superior a 170 mil metros quadrados. Além disso, temos obras planejadas para ampliação, com instalação de terminal de grãos em 2026”, esclareceu Bárbara, ao destacar a vocação de Goiás no agronegócio e o potencial da estrutura para escoamento e exportação da produção.
RODOVIAS
O assessor estratégico da Goinfra, Willian Benke Afonso, elogiou a iniciativa do seminário. “É muito importante termos esse espaço aberto ao diálogo. De um lado está quem faz a infraestrutura e do outro quem opera esse dia a dia”, enfatizou, ao detalhar números e investimentos do Estado na malha rodoviária.
Dados da Goinfra mostram que Goiás possui 355 quilômetros de novas rodovias pavimentadas ou duplicadas e 211 quilômetros de estradas restauradas. Atualmente, 100% da malha estadual é coberta por contratos de conservação. O plano de obras para 2024 prevê R$ 13,5 bilhões em investimentos em duplicação, pavimentação, restauração e recuperação funcional de 9,5 mil quilômetros.
Com relação aos empreendimentos custeados pelo Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), existem 46 projetos entre obras em licitação, com projeto em elaboração, com edital de projeto publicado ou já contratadas.
Em âmbito federal, dados apresentados pela superintendente do Dnit GO/DF, Isabela Bucker, mostram que Goiás possui quase 3,7 mil quilômetros em rodovias federais, sendo 43% operados no regime de concessão e 57% sob a tutela da administração federal.
TRANSPORTE AEROPORTUÁRIO
O painel Oportunidades do Setor Aeroportuário em Goiás contou com participação da gerente de cargas do Grupo CCR, Lilian Francoso; da gerente do Aeroporto Internacional Santa Genoveva de Goiânia, Tassia Fraguas; e do gerente administrativo da Antares Polo Aeroportuário de Aparecida de Goiânia, João Marcos Coelho Soares.
“É de grande interesse do setor de que sejamos alternativa para receber todos os tipos de carga em Goiânia e estamos investindo para isso”, afirmou Lilian, ao detalhar investimentos da CCR na região.
Em sua apresentação, foram detalhadas obras de ampliação e melhorias no Aeroporto Santa Genoveva, com investimentos de R$ 57 milhões. Dentre as benfeitorias, está a implantação de terminal de cargas 100% climatizado, exclusivo para uso da indústria farmacêutica.
“O perfil do aeroporto de Goiânia é interessante e desafiador, considerando as movimentações. Não temos nenhum momento do dia com o aeroporto vazio”, explicou Tassia Fraguas.
Já o representante da Antares, destacou as oportunidades que o País possui no modal. “O Brasil tem o 5º maior espaço aéreo do mundo, mas o modal representa somente 18% no transporte no País. São grandes as oportunidades do setor, com Goiás em destaque devido à localização estratégica”, frisou João Marcos.
FERROVIAS
A mesa-redonda Situação das Ferrovias em Goiás encerrou o seminário, com participação do diretor de Operações do Grupo Porto Seco, Everaldo Fiatkoski; do diretor Comercial, de Customer Experience, Marketing e Projetos da Brado Logística, Daniel Salcedo; do gerente-executivo de Relações Institucionais e Governamentais da Rumo Logística, Rodrigo Verardino; e do gerente-geral de Relações Institucionais da VLi, Anderson Abreu.
“Ao comparar o Brasil com outros países, vemos o desafio para avançarmos nesse modal. Entendemos que investimentos em ferrovias proporcionam maior competitividade ao que é produzido em Goiás. Nos últimos anos, recebemos investimentos multimilionários para incremento dessa infraestrutura”, afirmou Fiatkoski, ao dar início à mesa-redonda, mediada por ele.
No âmbito das operações do modal em Goiás, Daniel Salcedo apresentou detalhes da atuação da Brado no Brasil, destacando o trabalho no Corredor Central, que concentra as regiões de Goiás, Sul do Tocantins e Oeste da Bahia. “Combinamos modais ferroviário e rodoviário e atendemos fluxos doméstico e de exportação e importação. Além disso, possuímos condições e soluções que democratizam a ferrovia para clientes com volume menor de carga.”
Rodrigo Verardino de Stefani, da Rumo Logística, detalhou investimentos realizados pela companhia entre 2015 e 2023. Os recursos somam R$ 29 bilhões, sobretudo com aporte de acionistas que acreditam no negócio. Para ele, os investimentos têm dado retorno ao País, considerando números de volume de transporte, consumo de diesel e índice de acidentes pessoais.
“Desde 2021, com a malha central, Goiás ganhou pujança na ferrovia, com crescimento dos números de exportação e importação de produtos. O retrato é bastante positivo e a Rumo mantém os investimentos para aumentar os pontos de coleta de carga. Além das unidades já existentes nos municípios de São Simão e Rio Verde, também temos novos terminais sendo construídos”, destacou, ao pontuar que Goiás passa a estar integrado com novas estruturas e a atrair cargas de outros Estados.
Também participante da mesa-redonda, Anderson Abreu, da VLi, ressaltou que, apesar de a empresa possuir poucos ativos no Estado, nem por isso a presença é menos importante. “Nosso diferencial é fazer elos entre os modais, com uma visão sistemática para estruturar bons negócios para os clientes.” Sobre os investimentos, ele sublinhou que o corredor Centro-Sudeste, já mobilizou R$ 11 bilhões em recursos.
POSSE DE NOVOS CONSELHEIROS
O Seminário Panorama e Perspectivas da Logística em Goiás foi marcado ainda pela posse dos novos conselheiros do Coinfra Henrique Rassi, Hidebrair de Freitas, Hosana Loiola e Luiz Cláudio Ledra, atual presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) e que passa a ocupar a vice-presidência do colegiado.
O evento foi prestigiado pelo presidente da Federação das Associações Comerciais, Industriais, Empresariais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), Márcio Luís da Silva, que integra o Conselho Deliberativo do Sebrae Goiás e representou a instituição no seminário. A superintendente de Planejamento de Obras Públicas da Secretaria de Infraestrutura do Estado de Goiás (Seinfra), Alessandra Luciano Carvalho, também acompanhou o momento.
Fonte: Fieg