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Com risco de intoxicação, gatos devem ficar longe de repelentes contra dengue

Substâncias dos produtos são tóxicas para os felinos

Com o aumento de casos de dengue no país, as pessoas têm apostado no uso de repelentes para afastar o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

Os produtos mais indicados pelos especialistas são aqueles que contêm Icaridina (20-25%), DEET (10-15%) e IR3535 na fórmula. Essas substâncias são eficazes contra o mosquito da dengue e seguras para os humanos quando aplicadas corretamente. No entanto, podem ser tóxicas para os gatos.

Se ao aplicar o repelente, especialmente aqueles na forma de spray, parte do produto espirrar no rosto ou no pelo do gato, é importante limpar rapidamente antes que o gato se lamba, explica Pedro Horta, médico veterinário especialista em felinos e responsável pelo Hospital Veterinário 4cats, em São Paulo.

“No geral, não é recomendado dar banho em gatos, mas essa é uma situação necessária”, diz o especialista.

Horta diz que o ideal é lavar mesmo a região atingida, com água e sabão, e não usar lenços umedecidos, que podem não retirar o repelente direito e ainda deixar algum cheiro no pelo que estimule o bichano a se lamber ainda mais.

Embora esses repelentes atuais sejam mais seguros do que os inseticidas antigos, ainda assim eles podem ser perigosos para os gatos. Isso porque, explica o veterinário, os gatos têm um metabolismo deficitário e, portanto, uma dificuldade maior para eliminar algumas substâncias do organismo.

“Quando os gatos entram em contato com alguns medicamentos, eles não conseguem eliminá-los do organismo de uma forma tão eficaz, e o acúmulo dessas drogas aumenta muito o risco de intoxicação. É como se eles tivessem ingerido uma dose muito maior do produto”, diz Horta.

Os principais sintomas de intoxicação em gatos são vômitos, diarreia, salivação excessiva e lacrimejamento. Então se o seu gatinho apresentar algum desses sinais, o indicado é levá-lo a uma clínica veterinária para ser atendido antes que o quadro seja agravado.

Horta ressalta que é importante não tentar nenhum método caseiro, como fazer o gato ingerir carvão ativado, o que pode prejudicar o felino ainda mais.

Como não existe um antídoto para intoxicação, o tratamento é baseado no controle dos sintomas. Os profissionais vão aumentar a hidratação do paciente com soro para que ele elimine as toxinas e controlar os sinais vitais. “Dependendo da evolução do quadro, pode ser que precise de oxigênio, transfusões de sangue e suporte nutricional”, diz Horta.

Fonte: Folha de São Paulo

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