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Farmacêutica fecha acordo para distribuir similar de Ozempic no Brasil

A empresa de biotecnologia Biomm fechou um acordo com a indiana Biocon para distribuir e comercializar a produção de um novo medicamento similar ao Ozempic. A partir de julho de 2026, a dinamarquesa Novo Nordisk perde a exclusividade da semaglutida, o principal ativo do medicamento.

O que aconteceu
A princípio, Biomm vai apenas comercializar o biomedicamento produzido pela Biocon após o fim da patente.

A semaglutida é indicado para apoiar o controle glicêmico em adultos com diabetes tipo 2 e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

Ela simula a ação do GLP-1, hormônio produzido no intestino que regula a glicemia (nível de açúcar no sangue) e as respostas da saciedade. A substância liberada na corrente sanguínea é metabolizada por enzimas (peptidases) capazes de quebrar proteínas ou peptídeos e, depois, eliminada por via renal, principalmente pela urina.

A importação, distribuição e comercialização do produto no país ainda estão sujeitas à aprovação do registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A Biomm afirmou que, no ano passado, as vendas de semaglutida no Brasil somaram R$ 3,1 bilhões, com uma taxa de crescimento médio de quase 40% entre 2021 e 2023.

O valor está sujeito à publicação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Há uma expectativa de que ocorra uma queda substancial nos preços dos medicamentos após a perda da patente, segundo especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo.

O Brasil é o quinto país no mundo com maior incidência de diabetes, com 15,7 milhões de adultos (20 a 79 anos) com a doença e com estimativa de 21,5 milhões casos em 2030, segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Temos priorizado, portanto, parcerias estratégicas para ampliar o acesso da população a tratamentos avançados para essa doença e aumentar a qualidade de vida das pessoas – Heraldo Marchezini, CEO da Biomm.

Para além da diabetes
A droga virou febre quando celebridades, influenciadores e políticos começaram a usá-la para perda de peso. Ela ganhou um desafio no Tiktok, com a hashtag #OzempicChallenge, em que as pessoas mostravam quanto tinham emagrecido após seu uso.

Chegou até ao Oscar, quando o apresentador Jimmy Kimmel brincou com o tema. ‘Será que eu deveria usar Ozempic?’, falou. Kimmel disse que os colegas pareciam bonitos e associou o que via ao uso do medicamento. Toda a fama levou a uma corrida pelo remédio, que chegou a desaparecer de farmácias em vários locais.

Medicamento pode chegar a quase R$ 1.000. No entanto, ele é facilitado por dispensar receita médica para compra e ter conteúdo livre na internet sobre como aplicar.

Uso para emagrecimento deve ter acompanhamento. A Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) e a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) divulgaram um comunicado em conjunto afirmando que o uso indiscriminado do medicamento aumenta o estigma do tratamento entre quem tem indicação médica ao remédio, além de “expor pessoas sem necessidade de uso aos riscos”.

Principais queixas de efeitos colaterais são gastrointestinais. Náuseas, diarreia, constipação, dor abdominal e gases são alguns dos sintomas. Além disso, com uma menor alimentação, há também registros de fadiga e tonturas. Sem orientação, a pessoa pode errar as doses, além de sofrer com mais efeitos colaterais.

Quem faz o uso estético sem indicação também pode perder massa magra e mascarar transtornos de imagem e/ou alimentares. Segundo médicos consultados por VivaBem, há ainda o risco de se desenvolver uma dependência psicológica (não da medicação em si) e acreditar que não vá mais emagrecer sem o remédio.

Fonte: Viva Bem

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